5 de nov. de 2019

Dicas de Bonito-MS


** Bonito

A cidade é bem pequena e segura (pelo menos tive essa sensação). À noite a rua principal fica movimentada com as lojinhas abertas, restaurantes e muita gente andando. Durante a tarde é mais vazia, com algumas lojas fechadas, pois quase todos os turistas estão nos passeios.


**Transporte
Há várias maneiras de chegar em Bonito. Há um aeroporto perto da cidade, mas a passagem normalmente é muito cara. A opção mais barata é chegar por Campo Grande e alugar carro ou pegar um transfer até Bonito, são 300km de estrada muito boa (outubro/2019).
Além do trajeto Campo Grande – Bonito, há os deslocamentos para os passeios. É possível contratar transfer para todos os passeios ou alugar carro em Bonito. Como alugamos carro em Campo Grande, fomos para todos os passeios de carro. É bom lembrar que praticamente todos os passeios são acessados por estrada de terra e, em dias de chuva, pode complicar o trajeto.

** Passeios
Todos os passeios que fiz em Bonito foram em grupo (formado no local), com limite máximo de pessoas e com guia. Por causa do limite de vagas, sugiro reservar os passeios com antecedência pela internet. Reservei um mês antes e alguns passeios já não tinham vagas para o dia que eu queria. Comprei pelo site da Bonitour (mesmo preço em todos os lugares), eles tem um atendimento muito bom, aplicativo excelente (roteiro personalizado, mapa e atrações), entregam os vouchers com o roteiro e um mapa marcado no seu hotel e a loja física fica na rua principal de Bonito.
Mesmo que não vá comprar os passeios com eles, o site é muito bom para pesquisar e comparar passeios.

** Flutuações
Nas flutuações é proibido o uso de repelente e protetor solar para não poluir a água. Está incluso a roupa, os sapatos e máscara snorkel. Então é bom ir de chinelo, pois logo que você chega já coloca o sapato deles, não sendo necessário tênis para as flutuações com trilha. Há armários para deixar suas coisas, então aconselho levar toalha e uma roupa para trocar.
Quem tem dificuldade em respirar com o snorkel, eles aconselham alugar a máscara full face (de rosto inteiro). Então, se você tiver dificuldade e for fazer muitas flutuações, talvez seja interessante comprar uma máscara dessas.  Se você for fazer o Aquário Natural, sugiro que essa seja a primeira flutuação, pois a ambientação é feita na sede (antes da trilha para o rio), em uma piscina, e o guia já indica a máscara para quem está com dificuldades (que pode ser alugada na loja ali mesmo).
Em todas as flutuações que fui tinha a opção de alugar máquina a prova d’água por uns R$70,00. Como eu já tinha uma câmera a prova d’água, não aluguei. O que as pessoas mais faziam era comprar uma capinha a prova d’água para celular nas lojinhas da cidade e usavam o celular para tirar foto.

** Roteiro
Não tive muita opção para montar o roteiro do jeito que queria, pois alguns passeios já estavam cheios e não consegui alterar os dias. Se tivesse opção, colocaria as duas Grutas (Lago Azul e São Miguel) e o Aquário Natural no mesmo dia, pois foram os passeios mais curtos (não almocei e nem fiquei nas piscinas do aquário).  
A flutuação do Rio da Prata e o Buraco das Araras são mais distantes de Bonito, no município de Jardins, e é bom fazer no mesmo dia (flutuação pela manhã, já que tem almoço incluso).  
Enfim, é sempre bom ter uma ideia de onde fica cada atração, a duração e o tempo de deslocamento.


Bonito - MS - Outubro/2019


Vou colocar aqui o diário da viagem de Bonito.

20/10 – Eu e meu namorado viajamos em um voo de Brasília para Campo Grande que chegava às 09:00. Pegamos um carro alugado que havíamos reservado pela internet e partimos para a estrada. A melhor opção é ir pela rodovia que passa em Sidrolândia e em Nioaque (300km/4 horas). Se quiser parar no meio do caminho para lanchar/banheiro/abastecer, sugiro o posto BR no balão de Nioaque.  Chegamos em Bonito, fizemos o check in no hotel  (Hotel Paraíso das Águas), recebemos nossos vouchers da Bonitour e fomos andar na cidade.  A cidade tem uma rua principal onde tem restaurantes, lojas e agências de turismo, nosso hotel ficava bem nessa rua. Passamos num mercado e compramos água e lanches.

21/10 – Hoje foi dia da primeira flutuação no RIO SUCURI. Estava chovendo, mas o passeio ocorreu normalmente e não prejudicou a visibilidade, contudo ficou muito frio e, pela falta de sol, não ficou tão bonito. O passeio é uma caminhada de 400m em trilha na mata e flutuação de 1.800m. O almoço é opcional. Há um barco de apoio durante a flutuação.

22/10 – Passamos o dia no RIO DO PEIXE. É um passeio de dia inteiro com trilhas, cachoeiras, tirolesas, almoço incluso e interação com animais. Foi um dos passeios que mais gostei. O guia Rodrigo foi um diferencial, super gentil, atencioso e engraçado. A trilha é super tranquila, dá para fazer de chinelo. As paradas são com tempo suficiente para tomar banho, tirar foto e descansar. As tirolesas são divertidas e bem tranquilas. O almoço é muito bom, com muita variedade de saladas e doces. Há interação com macacos pregos e araras azuis. A tarde tem uma trilha mais curta com outras cachoeiras.

 
Por que chama Rio do Peixe?

Depois do almoço...


23/10 – Dia de flutuação no AQUÁRIO NATURAL. Ele fica logo na entrada da cidade de Bonito e tem uma pequena estrutura de clube (piscinas e restaurante). Há um treinamento na piscina antes de ir para a flutuação. Fizemos uma pequena caminhada em uma trilha de deck e entramos na água para a flutuação de 800m. O aquário é exatamente isso: um aquário. É simplesmente lindo, cheio de peixes e bem transparente. O dia estava muito ensolarado, então o passeio ficou mais bonito que a flutuação anterior, apesar de bem mais curta. Neste também há um barco de apoio que acompanha o grupo durante a flutuação. Na trilha de volta, é possível ver alguns animais como jacarés, anta, etc.

Foto tirada de vídeo... As fotos não fazem jus ao que realmente é.

A noite fomos no Projeto Jiboia que fica na cidade. Foi meio decepcionante, pois o palestrante passa mais tempo interagindo com as pessoas e contando historias diversas do que realmente falando sobre as cobras. Ao final da palestra, todo mundo tira foto com uma cobra.



24/10 – Fizemos os passeios da GRUTA LAGO AZUL e GRUTA SÃO MIGUEL. Elas ficam próximas uma da outra e, por isso, colocamos as duas no mesmo dia. São atrações bem rápidas e tranquilas. A Gruta do Lago Azul é linda e o passeio consiste em descer 300 degraus, ver o lago, tirar fotos e subir os mesmos degraus. A Gruta São Miguel tem um pequeno trecho de trilha em ponte suspensa e depois são uns 120m de percurso dentro da caverna.

Gruta do Lago Azul

25/10 – Hoje também foram dois passeios no mesmo dia: flutuação no RIO DA PRATA e visitação no BURACO DAS ARARAS. Eram as duas atrações que ficam no município de Jardins, então deixamos para fazer juntas. A flutuação do Rio da Prata começa com uma explicação bem detalhada, uma caminhada de 2km em trilha tranquila, flutuação de 1.800m pelo Rio Olho d’Água e 600m pelo Rio da Prata. Foi de longe a flutuação que mais gostei, a água é super transparente, percebi mais variedade de peixes e de cenários. Há uma parada em uma nascente em que é possível mergulhar. A parte final, no Rio da Prata, também é possível mergulhar e é o único trecho com barco de apoio. O almoço incluso é muito bom e o doce de leite deles é imperdível (raspei o tacho e ainda comprei um pote). Há redário para descansar e observar araras vermelhas.





Após o almoço, fomos para o Buraco das Araras. É uma caminhada de mais ou menos 1km onde tem duas paradas em mirantes para observar o buraco e as aves. As informações do guia são muito interessantes. Gostei muito deste passeio.


26/10 – Saímos de madrugada de Bonito (03:00) para chegar em Campo Grande pela manhã e pegar nosso voo de volta.

25 de abr. de 2019

Florida Keys de carro


Florida Keys é um arquipélago localizado no Sul dos Estados Unidos, no estado da Flórida. A rodovia US 1 começa em Key West e passa por diversas ilhas ou Keys até chegar no continente. A estrada é bem bonita e conta com vários trechos passando por cima do mar turquesa.



Key West e Miami


Algumas Keys cortadas pela rodovia oferecem passeios, restaurantes e pousadas, mas a principal é Key West.  Ela é a maior e a mais turística. Há o marco do ponto mais ao sul dos Estados Unidos continental, praias, vários restaurantes e bares, shows à noite, passeios de barco para ver golfinhos ou o pôr do sol.


Eu e meu namorado alugamos um carro e saímos de Miami downtown por volta das 8 da manhã. Pegamos a Dolphin Expy na direção West e depois a Turnpike direção Sul. Chegamos em Key Largo (a primeira Key) depois de umas 2 horas de estrada. Não há nenhuma vista bonita por pelo menos mais uns 40 minutos, apenas casinhas e lojas. Depois a estrada começa a passar perto do mar e por pontes, o que dá a sensação de dirigir sobre o mar. Após Marathon Key, tem a ponte de 7 milhas (7 miles bridge). Eu achei a parte mais legal da Road trip! A ponte é tão extensa que você não vê terra na frente, só ponte e mar! É sensacional. Logo quando acaba a ponte, tem um estacionamento (Little Duck Key) que é uma ótima opção para parar, tirar fotos e andar sobre a ponte que fica ao lado da ponte dos carros.
7 Mile Bridge

Little Duck Key

Little Duck Key

Fred, a árvore



Um pouco mais a frente tem o parque estadual de Bahia Honda (Bahia Honda State Park), onde fica a Calusa beach. Pelo que eu pesquisei, seria a melhor praia para entrar no mar e ficar um tempo. Para entrar no parque é necessário pagar um ingresso ($9 por carro com duas pessoas), mas você tem direito a uma infraestrutura boa: estacionamento, banheiros, chuveiros. Ficamos apenas 1 hora, mas deu para tomar banho de mar, dar uma volta no parque e fazer um lanche.




Continuamos nossa viagem até Key West. Paramos o carro em um estacionamento particular que cobrava por dia (só um lote com um senhor tomando conta). Se a gente tivesse deixado na rua e pago o parquímetro (não vi estacionamento gratuito na parte turística), teria ficado pouca coisa mais barato porque ficamos pouco tempo por lá. A ideia era ficar até o pôr do sol, mas estávamos muito cansados e nossa hospedagem era em Marathon Key (quase uma hora de Key West).

Chegamos por volta das 14h em Key West, andamos pelos pontos turísticos: Southermost point of continental US, Duval st (rua com diversas lojas e restaurantes), Mallory square. Almoçamos peixe e pedimos a famosa Key Lime Pie (torta de limão) de sobremesa.  Passamos a tarde andando meio que sem rumo pelas ruas e lojas. Perto das 17h pegamos o carro e fomos embora.


Basicamente os pontos turísticos e onde estacionei o carro


Ponto mais ao sul

Key West

Praia em KW - não estava própria para banho


Por que não dormimos em KW? Acontece que a diária ali estava o dobro do preço de outras Keys e, no dia seguinte, iríamos seguir viagem para Orlando. Então, para economizar dinheiro e horas de estrada no dia seguinte, resolvemos dormir em Marathon Key (já voltando para o continente). Fora que eu não sabia que tinha tanta coisa legal para fazer a noitinha por lá.

Chegamos já anoitecendo em Marathon, só deu tempo de fazer o check in, tomar um banho e sair pra jantar. A sorte foi ter achado uma Ale House no dia da promoção de chicken wings: $0.35 cada! Comemos até não aguentar mais e capotamos no hotel.  


Dicas:
Vá com tempo e paciência! Boa parte da estrada é apenas uma via sem possibilidade de ultrapassagem, então é comum fazer fila de carros atrás de um caminhão.

De Miami para Key West são quase 4h de estrada dependendo do trânsito (8h ida e volta), então é bem puxado ir e voltar no mesmo dia, principalmente se for parar em alguma praia. Se gostar de dirigir ou for dividir a direção, talvez não fique muito puxado.

Talvez valesse a pena passar uma noite em Key West. Daria para fazer um passeio de veleiro ao pôr do sol com direito a bebidinhas, ficar em um dos muitos barzinhos vendo o movimento na Duval st ou mesmo ver um show de Drag Queen (vi vários locais na cidade). 

Se for só passar algumas horas em Key West, pesquise alguns estacionamentos antes. Não é tão fácil achar vaga, mesmo paga. O estacionamento em que deixei o carro ficou lotado logo que entramos.

As rodovias que peguei de Miami até Key Largo possuem pedágio automático: eles cobram pela placa do veículo ou via Sunpass, ou seja, não tem guichê para parar e pagar.

Flórida - Abr/2019 - Dário de viagem


Fiz uma viagem em abril de 2019 para a Flórida, mais precisamente: Miami, Flórida Keys e Orlando. Eu e meu namorado queríamos ir aos parques em Orlando e também fazer algo diferente que envolvesse pegar estrada.
Vimos algumas fotos da estrada de Florida Keys e decidimos que era pra lá que a gente ia.

3/4 – Chegamos no aeroporto de Miami por volta das 5 da manhã. A imigração foi super tranquila, usamos aquelas “máquinas de auto atendimento” pela primeira vez. Pode parecer meio intimidador, mas tem como escolher português e o resto é bem auto explicativo. Você escaneia o visto, fala se vai a passeio/negócios/estudo, escaneia as digitais e tira uma foto. Depois é impresso um papel que entregamos ao agente de imigração mais à frente. Pegamos o carro no aeroporto (já havíamos reservado pelo site) e fomos para o hotel. Resolvemos deixar o carro no estacionamento e ir passear por Miami até a hora do check-in. Nosso hotel era em downtown, então andamos um pouco por ali mesmo: metromover (trenzinho gratuito que fica rodando por downtown),  parques, bayside market. Conseguimos um check in mais cedo, descansamos um pouco e a noite fomos a pé para a American Airlines Arena ver um jogo de basquete da NBA: Miami Heat x Boston Celtics. Foi muito divertido! Eles fazem de uma partida esportiva um espetáculo.

4/4 – Saímos de Miami cedo (8h) debaixo de muita chuva. Depois de mais ou menos umas duas horas e meia de estrada, fizemos nossa primeira parada em Little Duck Key. Tem um pequeno estacionamento logo após a ponte de 7 milhas onde dá para parar, andar numa ponte e tirar fotos. Mais uns 5 minutos de carro e chegamos ao Parque Estadual Bahia Honda (11h). Paga-se para entrar ($9 por carro com duas pessoas) e você tem acesso a uma praia, estacionamento, banheiro, lanchonete. Foi a melhor praia pública que achei por ali. Andamos um pouco pelo parque (é bem pequeno), entramos na água, fizemos um lanche, mas logo fomos embora. Acho que dá para ficar meio dia ali, o dia inteiro já acho muito. Continuamos na estrada até chegar em Key West (14h), a última ilha de  Florida Keys. Deixamos o carro em um estacionamento e caminhamos a pé pelo centrinho turístico. Fomos no marco “mais ou sul dos Estados Unidos” e andamos pela Duval st. Infelizmente não deu para fazer nenhum passeio, pois não tivemos muito tempo. Almoçamos, comemos a famosa key lime pie e por volta das 17h pegamos a estrada de volta para Marathon Key, onde passamos a noite. Decidi por reservar um hotel em Marathon e não Key West porque uma diária na primeira estava metade do preço e, como iríamos para Orlando no outro dia, já economizava uma hora no dia com mais horas de estrada. Não sei se ficou claro, mas a ideia era pegar uma hora de estrada a mais hoje para pegar uma hora a menos amanhã e pagar bem menos na hospedagem. O que perdemos? Passar o fim da tarde e a noite em Key West, talvez fazer um passeio de barco para ver o pôr do sol, beber um drink em algum dos vários barzinhos. A cidade é pequena, mas bem turística com várias atrações legais.

5/4 – Dia de estrada. Saímos às 9h de Marathon Key e chegamos em Orlando às 15h. Fizemos o check in e fomos no mercado comprar água e lanches.

6/4 – Dia de compras: Best Buy, Michael’s, Ross, Outlet.

7/4 – Fomos ao Kennedy Space Center. É um museu muito bacana com várias atrações de missões espaciais, não é um parque de diversões. Fica no centro de construção e lançamento de foguetes de Cabo Canaveral, distante mais ou menos 1h de Orlando. O foco são as missões da Nasa, principalmente a da space shuttle Atlantis e missões Apollo. Tem uma parte dedicada às missões a Marte. Pegando um ônibus (passeio incluso no ingresso básico) dá pra ver de longe o prédio da Space X e Blue Origin. Eu adorei ter ido lá, mesmo não sendo muito ligada nas missões mais antigas da Nasa, pois amo astronomia. Se você for um entusiasta do espaço, dá para passar um dia quase todo por lá. Dica: leve algum lanche porque o restaurante de lá é sofrível.

8/4 – Parques da Universal

9/4 – Disney’s Hollywood Studios

10/4 – Disney’s Animal Kingdom

11/4 – Como o nosso vôo era às 23h em Miami, deu para fazer umas últimas compras em Orlando e almoçar em Disney Springs.



24 de out. de 2017

Viajantes

Há ser mais interessante que um viajante? Seja um viajante de estrada, livro ou mente, sempre ganha minha atenção.

Hoje quero falar sobre um dos inúmeros tipos de viajantes de estrada: o guia turístico. Ele é aquele que encara a viagem como uma missão a ser bem realizada. Planeja roteiros, relaciona pontos turísticos, lê avaliações do TripAdvisor, baixa mapas, lista o que levar, imprime reservas...

A viagem dele normalmente ocorre da forma como foi planejada, sem grandes surpresas ou dificuldades. Dias repletos de atividades para “aproveitar ao máximo” e noites se preparando para o dia seguinte. Assim foram algumas das minhas viagens, sempre indo para o próximo item da lista. As pessoas que viajavam comigo tinham que se esforçar para me acompanhar. Eu chegava (e ainda chego) no lugares bem animada, disposta a passear, independentemente do número de horas de voo/carro. Achava que a vontade de descansar dos outros era falta de interesse pela viagem.

O fato de ninguém ter pesquisado nada sobre o lugar (história, passeios, pontos de interesse, culinária, arte) me irritava. Eu sempre levei viagem muito a sério, por isso sempre estudava um pouco antes de ir para qualquer lugar. Achava que isso me faria apreciar melhor.

Isso mudou em 2015 quando comprei uma passagem para Amsterdã. Estava disposta a fazer minha primeira viagem sozinha, mas acabei encontrando umas meninas pela internet (mochileiros.com e facebook) que iriam para lá na mesma época. Decidimos nos juntar, mesmo sem nos conhecer. Era algo totalmente novo pra mim. Após várias trocas de mensagens, percebi que uma delas era igual a mim: viajante guia turístico.

Resolvi, pela primeira vez, confiar no planejamento de outra pessoa. Uma pessoa que eu nunca tinha visto! Fiz um trabalho mental de abrir mão do controle, aprendi a seguir outra pessoa, a sentar no banco do passageiro e apreciar a vista e não ficar focando somente na estrada. Foi a primeira vez em que andei sem destino, sentei para conversar sem me importar com o tempo que estava “perdendo”, fiquei tomando cerveja e vendo as pessoas passarem na rua sem a menor pretensão. Eu pude realmente curtir uma viagem de mente dentro de uma viagem de estrada. Foi sensacional!

Aprendi a escutar mais os outros, a dar tempo para as coisas, a curtir os momentos. Percebi que ficar de bobeira no parque é tão, ou mais, legal do que ver pontos turísticos. Aprendi a curtir a viagem e não somente fazer a viagem.

Ainda sou dessas que planeja, pesquisa e pensa em tudo, mas também sou dessas que curte um tempo livre e não surta com mudanças inesperadas de roteiro. Estou longe de ser viajante do tipo levada pelo vento, mas já não sou a general da programação.